Análise do livro: a luta pelo direito
Fazer uma crítica as suas colocações, analisando a obra, já são "outros quinhentos". Com certeza exige uma bagagem literária e mesmo um domínio jurídico que ora não temos.
No entanto, apesar da incompetência catedrática momentânea, e talvez por isso mesmo motivados, não nos furtamos ao ensejo de enfrentar tal desafio. Acuse-se a boa exigência do mestre, que busca o necessário enriquecimento cultural de seus pupilos e nos declararemos culpados. Meia culpa! Porém, a leitura do livro é instigante, e a visão da luta, da boa luta da luta justa, contagia a alma do discente aberto ao conhecimento, sem preconceitos e "pré-conceitos"!
Basta uma leitura para que a visão do mundo de Ihering nos envolva a ponto de não compreendermos como tal conhecimento não é amplamente discutido, fora das faculdades e dos círculos juristas.
Talvez seja apenas empolgação de quem descobre um novo universo, talvez existam interesses particularistas que não vejam com bons olhos o olhar do erudito alemão.
Deixemos estas hipóteses para outras análises e concentremo-nos no objetivo deste trabalho. Um breve resumo da obra antecede a análise, a fim de corroborar certos argumentos. Ao leitor, pedimos novamente clemência perante nossa exposição pelos motivos já citados.
Aliás, como afirma o próprio Ihering, "A paz sem luta e o gozo sem trabalho pertencem aos tempos do paraíso..." O autor inicia expondo sua ideia da luta permanente, ou seja, o direito se instituiu no passado e continua a se transformar e atualizar (o direito evolui e acompanha as transformações dos tempos) através do conflito. Ele opõe-se a visão romântica de Savigny e seguidores de que o direito surgiu e se mantêm com a mesma naturalidade que o homem desenvolveu