Confusões plinianas sobre simbolos . cap. 3
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Capítulo III – Confusões plinianas sobre símbolos Outro ponto a criticar na doutrina de PCO é a sua noção errada dos símbolos.É bem conhecida a definição do Pseudo Dionísio de símbolo. “Símbolo é o inteligível no sensível”. Todo símbolo necessariamente é algo material que remete a uma idéia ou valor espiritual.
Do concreto, o símbolo faz passar para o abstrato e para o espiritual. Para Dr. Plínio dar-se-ia o inverso: passaríamos do conhecimento inato para a análise do concreto. Daí, para Plínio, o símbolo material viria confirmar conhecimento anterior e interior inato no homem. Analisaremos essa inversão feita por Dr. Plínio com relação aos símbolos mais adiante, neste livro, quando tratarmos da teoria de Dr. Plínio sobre o conhecimento inato do homem, e o que ele chamava de câmara obscura. (Cfr. Quarta Parte, cap. V, sobre a Gnose da TFP).
O “doutor” da antiga TFP – e pusemos desta vez a palavra “doutor” entre aspas porque ele foi doutor somente imaginativamente... na Trans-Esfera - aparentava seguir a doutrina católica a respeito do conhecimento das qualidades invisíveis de Deus através das qualidades visíveis das criaturas, conforme ensina São Paulo na Epistola aos Romanos (I, 20).
Na realidade, ele fazia uma grande confusão entre símbolos, transcendentais, imaginação, conhecimento conceitual, intuição e abstração, entre seres possíveis e entes de razão, entre seres imaginários, como as quimeras e as fadas, e seres possíveis na mente divina. Uma salada metafísica e epistemológica é o que havia na mente imaginativa de Plínio, praticamente única fonte original de seu “saber” trans-esférico.
Veja-se a confusão que ele fazia a respeito do que é símbolo.
O universo material é um edifício simbólico imenso.
No sentido comum, o símbolo é algo convencional. Por exemplo, um símbolo de trânsito: convenciona-se que tal figura indica determinada coisa a fazer ou deixar de fazer. (PCO, A Inocência…, p. 97).
Ora, sinal de trânsito não é um símbolo. É só um