Análise do livro são bernardo-graciliano ramos
O romance tem por tema São Bernardo, nome da fazenda situada em Viçosa, no sertão alagoano, onde se desenvolve a maior parte da narrativa, feita em 1ª pessoa. O narrador conta a sua história – a sua vida, que, na verdade, foi uma escola, em que aprendeu tudo.
O tempo é psicológico, há um flasch back vivido por Paulo Honório, personagem central, que na procura de dar sentido à vida, revela suas vivências, conhecendo a si mesmo e aos outros, reconhecendo assim, a bondade de Madalena, personagem que marca e muda a sua vida.
Ele era filho de pais incógnitos e foi criado pela velha Margarida. Sua origem pobre determinou uma infância e adolescência de trabalho pesado. Com 18 anos, esfaqueou João Fagundes por causa de Germana, ficando na cadeia por “três anos, nove meses e quinze dias”, onde aprendeu a ler e escrever.
Sua personalidade era forte, caracterizada por uma verdadeira obsessão em ser homem de muitas posses, tornando-se possuidor absoluto de terras e pessoas. Era de natureza seca e bruta, projetada pelo meio e tinha como objetivo de vida ganhar dinheiro, o que se comprova pelos fatos que compõem a narrativa.
Às vezes procurava ganhar na briga o que queria, fazendo média política até com o Governador, se envolvendo em disputas eleitorais da cidade, mas sem muito sucesso.
Na sua ambição de ter, planeja adquirir a Fazenda São Bernardo, onde havia trabalhado “no eito, com salário de cinco tostões”. A fazenda pertencia a Luís Padilha, jogador e irresponsável. Este, induzido por Paulo Honório a cultivar a terra, pede-lhe dinheiro emprestado, hipotecando a fazenda. Mas, como Padilha não conseguiu produzir, não pode quitar a dívida e acabou perdendo a fazenda para Paulo Honório que investindo e até endividando-se faz a propriedade prosperar. Cultiva a terra, planta algodão e mamona, constrói estrada, escola, igreja e contrata pessoas para trabalhar.