Análise São Bernardo
Escrito por um dos autores mais consagrados da literatura brasileira, São Bernardo é umas das maiores obras representantes do Modernismo de 30. Graciliano Ramos vai além do regionalismo focado da época e traz em seu livro uma carga psicológica, demonstrando a ação do meio sobre o indivíduo (Paulo Honório, neste caso, que, para conseguir o que quer, abre mão de sua humanidade e se torna um homem rude, violento e bruto).
Em São Bernardo, Graciliano foca personagens que ficaram no Nordeste, fustigadas pela seca; diferentemente de Vidas Secas, onde o autor conta da trajetória dos retirantes.
O livro é composto por 36 capítulos desprovidos de título e a obra encaixa-se, como outras do mesmo autor, no Realismo Crítico exibindo o herói-problema, que não aceita o mundo, nem as pessoas e a si mesmo.
Vale ressaltar que São Bernardo é, segundo muitos leitores, o romance mais marcante sobre solidão da literatura brasileira; a obra mergulha na alma humana, demonstrando um lado sombrio da mesma, que acaba levando à solidão de Paulo Honório.
1. BIOGRAFIA DO AUTOR
Nascido em 27 de outubro de 1892, Graciliano Ramos é da pequena cidade de Quebrangulo, no estado de Alagoas e é primogênito dos dezesseis filhos de uma família de classe média. Em parte da sua infância esteve em Buíque (PE) e outra em Viçosa (AL). Seus estudos secundários foram feitos em Maceió, sem cursar faculdade. Em 1910, sua família estabeleceu-se em Palmeira dos Índios (AL).
Em 1914, com sua breve estadia no Rio de Janeiro começa a trabalhar como revisor no Correio da Manhã, retornando à cidade natal com a morte de três irmãos pela peste bubônica. Começa a fazer jornalismo e política em Palmeira dos Índios, sendo até mesmo prefeito da cidade (1928-1930).
Seu primeiro romance, Caetés, começa a ser escrito em 1925, sendo publicado em 1933. Mudando-se para Maceió em 1930, dirige a Imprensa e Instrução do Estado e é contratado como redator do Jornal de Alagoas. Em 1934 viria