Os postulados da economia clássica
A maior parte dos tratados sobre a teoria do valor e da produção discorre, principalmente, sobre a distribuição entre usos diferentes de determinado volume de recursos aplicados e as condições de que, admitindo a hipótese do emprego dessa quantidade de recursos, determinam suas remunerações correspondentes e os valores relativos de seus produtos.
A teoria clássica do emprego baseou-se, praticamente sem discussão, nos dois postulados fundamentais que seguem:
I. O Salário é igual ao produto marginal do trabalho: Isso quer dizer que o salário de uma pessoa empregada é igual ao valor que se perderia se o emprego fosse reduzido de uma unidade (após a dedução de quaisquer outros custos que essa redução evitaria), com a restrição de que a igualdade pode ser afetada, pela imperfeição da concorrência e dos mercados.
II. A utilidade do salário, quando se emprega determinado volume de trabalho, é igual á desutilidade marginal desse mesmo volume de emprego.
Isso significa que o salário real de uma pessoa empregada é exatamente suficiente para ocasionar o volume de mão-de-obra efetivamente ocupado. A igualdade para cada unidade individual de trabalho pode ser alterada por combinações entre as unidades disponíveis para empregar-se, análogas às imperfeições da concorrência que qualificam o primeiro postulado.
Esse postulado é compatível com o que se pode chamar Desemprego friccional: o desemprego em razão de uma temporária desproporção dos recursos especializados, ou de atrasos decorrentes de mudanças, imprevistas, ou ainda, do fato de que a transferência de um emprego para outro não se realiza sem certa demora.
O postulado é ainda compatível com o Desemprego “Voluntário”: significa a recusa ou incapacidade de determinada unidade de mão-de-obra em aceitar uma remuneração equivalente à sua produtividade marginal, em decorrência da legislação ou dos costumes sociais, ou de um entendimento para contrato coletivo de trabalho, ou,