John m. keynes - crítica ao liberalismo clássico

Resumo: John M. Keynes, Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (Caps. 1 a 3)

Em seu livro, Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda, John Keynes, vai de encontro aos pressupostos da teoria econômica clássica, de autores como David Ricardo e Adam Smith, que eram o pilar do pensamento liberal da época. Em contraponto a esse pensamento, Keynes argumenta que os postulados da teoria clássica não têm aplicabilidade geral, pois se enquadram apenas em um cenário específico, que se encontra no limite das possíveis situações de equilíbrio. A partir disso, o autor vai desconstruir os argumentos clássicos, ao mesmo tempo em que propõe sua própria teoria.
Keynes começa sua desconstrução a partir da análise da relação salário nominal x salário real x emprego. Para isso, parte dos dois postulados fundamentais da teoria clássica: I. O salário é igual ao produto marginal do trabalho e II. A utilidade do salário, quando se emprega determinado volume de trabalho, é igual à desutilidade marginal desse mesmo volume de emprego. O primeiro postulado significa que o valor pago ao trabalhador é o mesmo valor que seria reduzido do volume de produção, caso seu trabalho não fosse adicionado à produção. Já o segundo, significa que o salário real do trabalhador é precisamente o necessário para gerar o volume de mão-de-obra ocupado, enquanto para uma determinada parcela da mão-de-obra o salário real ofertado representa uma utilidade inferior a um determinado limite mínimo.
O segundo postulado dá margem para a interpretação do desemprego como voluntário, isto é, uma recusa de uma parcela da mão-de-obra em aceitar o salário oferecido proporcionalmente à sua produtividade marginal, motivada por quaisquer razões que sejam, e, ainda, a um conceito de desemprego “friccional”, devido às realocações, que demoram a ser ajustadas, mesmo num cenário de livre mobilidade.
Dessa forma, a partir da perspectiva clássica, cada um dos postulados daria origem a uma curva, que determinam o volume dos