Análise do filme o bicho de sete cabeças
Este trabalho tem como objetivo realizar uma análise crítica do filme O Bicho de Sete Cabeças, articulando o conteúdo do filme ao Movimento de Reforma Psiquiátrica. O filme é riquíssimo em seu conteúdo, pois explora as questões sociais no sistema manicomial, a falta de informação sobre o uso de entorpecentes e conflitos nas relações familiares. Denuncia ainda as violências praticadas dentro de um hospital psiquiátrico, onde indivíduos são classificados como loucos por não se enquadrarem nos padrões de “normalidades” da sociedade eram confinados nesses manicômios e privados do convívio social e familiar.
O filme mostra a urgência de mudanças no campo da saúde mental quando demonstra as práticas desumanas e violentas sofridas pelos pacientes e ainda aponta para mudanças na atitude da sociedade, em rotular como doente qualquer pessoa que demonstrar comportamento diferente, desviando dos padrões de “normalidades” impostos pela sociedade de forma preconceituosa.
CAPÍTULO I
1.1 RESUMO DO FILME
Bicho de Sete Cabeças é um filme brasileiro dirigido por Laís Bodanzky, com roteiro criado por Luiz Bolognesi. Lançado em 2001, o filme é baseado na autobiografia Canto dos Malditos, do autor Austregésilo Carrano Bueno e tem no elenco nomes como Rodrigo Santoro, Cássia Kiss e Gero Camilo.
O enredo mostra a história de Neto (Rodrigo Santoro), que acaba internado pelos pais em um hospital psiquiátrico após eles encontrarem um cigarro de maconha no bolso de um de seus casacos. Na instituição, Neto passa por situações constrangedoras e passa a conviver com outros internos.
O protagonista é um personagem teoricamente raso: um jovem de classe média-baixa que mora com os pais e utiliza drogas eventualmente. A situação degradante e a decadência vivida por Neto é acentuada e muito bem representada por Rodrigo, que se mostra muito a vontade no papel.
É gritante a mensagem social que o filme nos traz, pois a exposição da situação atual dos hospitais psiquiátricos