ANÁLISE DO FILME BICHO DE SETE CABEÇAS
No início de filme o protagonista Beto se mostra um adolescente oprimido por ser incapaz de superar as expectativas do pai, e humilhado ele foge de casa, nas ruas descobre o sexo, as drogas e a marginalidade. Depois de ser preso é obrigado a voltar pra casa e conviver com a rejeição do pai.
Um dia é enganado pelo pai e levado a uma clínica de reabilitação, onde drogados e loucos dividem o mesmo espaço, ali, Beto perde sua condição de sujeito integrado a sociedade, perde sua autonomia e recebe uma marca, um estigma, agora se tornara apenas mais um paciente da clínica, e tudo que ele falar ou fizer são apenas sintomas de um mal que reside em sua mente “ a loucura”.
Perante aquele sistema Beto é incapaz de tomar suas próprias decisões, sendo necessário que alguém as tome para ele, se tornando um fantoche na mãos do médico, que já tinha um prontuário pronto, com medicamentos a ser aplicado, sem ao menos ter sequer visto o paciente, e assim como aconteceu com Maria no conto “Só vim para telefonar” de Gabriel Garcia Márquez, Beto se vê preso, sem voz ativa, sem respostas e sem nenhum tipo de compaixão daqueles que agora detém o poder sobre sua vida.
Beto assim como Maria recebe da pessoa detentora da verdade e do saber, aquele que tem o poder absoluto o estigma da loucura, a marca da doença. Aos poucos a insanidade que o rodeava foi contaminando sua mente, lhe tirando ainda o restinho de sua dignidade.
Quando o pai de Beto vê sua esposa em uma profunda tristeza por saudades do filho amado, ele resolve tira-lo da clínica. E saindo, Beto acha que conseguirá levar uma vida normal novamente, a vida que ele tinha antes, mas isso não se mostra possível, aos poucos ele descobre que o estigma da loucura é como uma marca em fogo, que uma vez que a recebe não há mais como voltar atrás, e tudo pelo quê um dia ele foi conhecido caiu no esquecimento, agora as