Análise do filme kaspar hauser
Kaspar Hauser foi criado em um calabouço até a adolescência, onde apenas mantinha contato com um único ser humano, "o homem", o qual mantinha sua face encoberta, que lhe ensinou a andar, a falar poucas palavras e a escrever seu próprio nome. Em tal condição, foi abandonado em uma praça, em Nuremberg, aos 17 anos, portando alguns objetos e uma carta sem muitas informações. Sendo este, seu primeiro contato com a sociedade, grandes foram as dificuldades de comunicação encontradas, o que, de imediato, o fez ser visto como "anormal". Ninguém sabia sua origem, e muitas histórias sobre seu passado enigmático eram contadas. Rapidamente, despertou o interesse de todos, que o viam mais como um animal, uma aberração, do que como uma pessoa diferente, e a apreensão quanto a sua sua figura o fez ser levado a uma prisão.
Entretanto, passou a ter contato com a familia do guarda, principalmente com as crianças, e notou-se que, ao receber estímulos (os ensinamentos que lhe eram dados), ele começou a responde-los, adquirindo uma certa cultura e isso o fez se desenvolver cada vez mais, o que se relaciona com as palavras de Geertz, quando é dito que "o sistema nervoso do homem não só o torna apto a adquirir cultura, como também exige, para funcionar, que o homem adquira essa cultura." Sendo um ser humano sem a mesma, alguém "inteiramente desprovido de mente, e, consequentemente, uma monstruosidade inaproveitável", como disse Geertz, exatamente como Hauser era visto pela sociedade.
Em determinado ponto, o autor, tentando explicar a origem dessa cultura, faz uma analogia, expressando que: “Kroeber utilizou, como comparação, o processo de congelamento da água, cuja temperatura pode ser reduzida, de grau em grau, sem qualquer perda de fluidos, até que, subtamente, o líquido se solidifica a zero graus centígrados." Pode-se considerar que Kaspar Hauser teve uma graduação de aprendizagem