Utilitarismo: aspectos éticos e políticos
Há um momento inexato na vida de todo ser humano que, embora incapaz de ser descrito, por alongar-se durante muito tempo e apresentar-se de maneira fragmentada, se auscultado por cada um, em sua intimidade, poderá ser reconhecido internamente; este momento é o da percepção de si mesmo, ou autoconsciência.
Perceber-se como indivíduo, como membro de uma família, uma unidade social, subordinado a um governo político, cidadão de um país, funcionário de uma empresa, entre outras, faz com que os homens se disponham a pensar se haveriam regras que devessem guiar as relações que todos temos de estabelecer para viver, no dia-a-dia e forçosamente.
Correndo-se o risco de pecar pela generalização, acreditamos que não há homem dotado de razão e autoconsciência que não tenha, ao menos vez ou outra, se dedicado a meditar sobre as relações da vida e de seu cotidiano. O trato que deve a seu semelhante assim como o que espera que ele faça em relação aos outros e a você mesmo, é a dúvida ordinária e que dá início a este tipo de questionamento.
É no trato com vizinhos, família, trabalho, lazer e qualquer outra atividade, que o homem é levado a um questionamento do que é bom ou mau, o homem é levado a meditar sobre a moral.
Da mesma forma, porém não tão óbvio, o homem, desde que tem percepção para aprender sobre as coisas, nota que pertence a uma determinada porção de terra no mundo, e que outros homens, muito antes dele nascer, demarcaram, deram um nome e disseram quem seria o povo que ali nasceria. Desta forma já nascemos com nacionalidade, com documentos e sob a observância de códigos civis, criminais, ambientais, fiscais, rodoviárias e tantos outros. Assim como a relação moral envolve os semelhantes, agora a autoconsciência revela ao homem sua relação com o Estado e o governo, entidades que, mais uma vez arriscamos pela generalização, ninguém mais nasce sem estar sob seus comandos.
Alguns pensadores, na tentativa de buscar a resposta para as aflições humanas,