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8698 palavras 35 páginas
UTILITARISMOS, BENTHAM E A HISTÓRIA DA TRADIÇÃO
Prof. Dr. Rogério Antonio Picoli (CAP/UFSJ)

Resumo: O trabalho trata do problema da diversidade de teorias utilitaristas e a sua relação com as interpretações históricas da doutrina. Após uma breve apresentação daquilo que se pode considerar como os laços de família das teorias utilitaristas, busca-se evidenciar a conexão entre a variedade de teorias utilitaristas e os trabalhos de interpretação histórica enquanto estratégia de defesa da doutrina. Destaca-se o lugar central das interpretações históricas dos chamados autores clássicos da doutrina, em particular, as interpretações do pensamento de
Jeremy Bentham, considerado o pai do utilitarismo. São questionados alguns pressupostos da leitura tradicional, geralmente aceitos tanto por críticos quanto por defensores da doutrina, que ofuscam ou negligenciam aspectos importantes do pensamento benthamiano como a natureza volitiva da moral, o procedimento de deliberação moral, a defesa negativa do princípio da utilidade e a relação entre ética privada e governo; aspectos que, se levados em conta, parecem revelar um
Bentham bastante diferente da leitura tradicional.
Palavras-chave: Utilitarismo, Consequencialismo, Jeremy Bentham

A

doutrina utilitarista possui uma série de características e qualidades intrínsecas

que a tornam um importante objeto de investigação no campo da ética e da filosofia política. Tais características e qualidades são devidas, talvez, ao fato de a doutrina pretender abordar de forma sistemática e completa os diversos aspectos da vida prática.
Nesse terreno, o utilitarismo pretende que o conhecimento empírico informe as suas posições normativas, propõe uma teoria do valor e adota uma concepção de natureza humana baseada num conjunto de pressupostos motivacionais pelos quais pretende conciliar comportamento individual e comportamento político. Propõe o critério da maximização da utilidade como norma de ação individual, como critério de justificação

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