Análise de O Auto da Barca do Inferno
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O Auto da Barca do inferno é a primeira parte da chamada Trilogia das Barcas ( sucedido pelo Auto da Barca do Purgatório e Auto da Barca da Glória); ele foi representado pela primeira vez em 1517. Bom, ele é dividido em oitavas, com versos em redondilha maior, e na maioria das estrofes as rimas são emparelhadas. A peça possui apenas um ato, que é subdividido em cenas (porém não formalmente divididas, pelo contrário, nós só percebemos a transição de uma para a outra com a entrada de um personagem), por ter somente um ato não é necessária a troca de cenário ( então a peça inteira se passa em um cais, com a barca divinal de um lado e a do inferno de outro). O tempo da obra não é muito definido, pelo fato de expressar um ambiente místico, mas podemos discerni-lo por algumas marcas presentes no texto. Como por exemplo, a citação de García Moniz, como sendo o impulsionador do suicídio do enforcado. Ele foi o Mestre da Balança da Moeda de Lisboa entre 1513 e 1517, portanto podemos presumir que o tempo da narrativa e da narração é o mesmo, ou seja, retrata o ambiente real de Gil Vicente. O teatro possui um narrador observador, que retrata um contexto de transição entre a Idade Média e o Renascimento; importante ressaltar também que a peça está inserida no Humanismo, movimento literário no qual predominava o pensamento antropocêntrico, nesse âmbito Gil Vicente então consegue retrata os conflitos entre a carne e o espirito, o bem e o mal, o questionamento da salvação entre outros aspectos. Agora vou falar um pouco a respeito do enredo, bom, o livro retrata o juízo das almas, logo após sua morte, cada alma chega ao ancoradouro, são submetidas a um pré-julgamento feito pelo Anjo e pelo Diabo, o Diabo concentra grande parte da crítica sobre a sociedade, ele denuncia os Vícios, as Fraquezas e as Falhas dos indivíduos, e logo após o Anjo mesmo pequena participação na peça, possui respostas incisivas, que acabam dando o veredito definitivo de cada