Situação da saúde no Brasil
Apesar dos avanços obtidos na atenção básica, os desafios na área de saúde são enormes. Um dos principais problemas é a baixa qualidade do atendimento que é oferecido nos hospitais e postos de saúde para a maior parte da população. Isso ocorre apesar dos gastos com saúde serem bastante elevados. Em 2007 o Brasil gastou 8,4% do PIB com saúde. Desse total, cerca de 58% foram gastos pelo setor privado, enquanto o setor público foi responsável por 42%. Muito diferente da Alemanha, que gasta 22,2% para o setor privado e 77,80% para o setor público. Após alguns anos, havemos de reconhecer que avançamos muito. Hoje, o SUS está estabelecido em todos os municípios. Apesar de todo o avanço comemorado pelo setor, a saúde é a política mais mal avaliada pelos brasileiros. As emergências de todas as capitais abarrotadas, hospitais com macas nos corredores, extrema dificuldade para o cidadão comum conseguir uma consulta especializada ou realizar uma cirurgia eletiva. Outro ponto que devemos abordar é a gestão. É inegável que vivenciamos uma crise de gestão. Precisa-se qualificar os secretários municipais de saúde e suas equipes de trabalho. Desafio maior é garantir que os gestores do SUS tenham autonomia administrativa e financeira, e vedar o ralo da corrupção que, segundo especialistas em economia da saúde, drenam cerca de 30% do dinheiro do SUS. Dessa forma, a sociedade brasileira precisa enfrentar os problemas de financiamento e estruturação do seu sistema de saúde, ao mesmo tempo em que debate medidas para melhorar a gestão dos recursos que estão sendo aplicados, principalmente na área hospitalar.
Processo de transição demográfica
O notável crescimento da população brasileira na segunda metade do século passado, e que ainda se prolongará nesta primeira metade do século XXI, mostra com clareza duas fases da transição demográfica. A primeira, com um acelerado crescimento demográfico em função do declínio da mortalidade e da