Análise de filmes

A inconsciência de um desejo

“O homem é lobo do homem”
Thomas Hobbes

Depois de assistir os filmes Laranja Mecânica (Stanley Kubrick), Dogville (Lars Von Trier), Assassinos por Natureza (Oliver Stone) e Bastardos Inglórios (Tarantino), a primeira impressão que acontece é a da violência no seu mais pleno estado.
Porém se as obras forem mais analisadas, a percepção se amplia, e se enxerga que não existe apenas violência por violência, e sim uma crítica social, da realidade da sociedade em que vivemos que cultua isso.
Eles são todos metalingüísticos entre eles, na representação da realidade, ou seja um filme por vezes acaba fazendo menção a outro, através de signos. Isso fica bastante claro pelos diretores ao longo da obra.
Nelas são enfocadas a percepção mais íntima que todos nós temos de nossos desejos inconscientes: a violência. Além disso, cada filme, a seu modo, insere essa temática na dualidade entre o real e a ficção, sendo interessantes na medida em que apontam as dificuldades de equacionar esse excesso transbordante das raízes inconscientes do desejo.
Em Dogville, Lars Von Trier apresenta uma percepção pessimista da humanidade, onde ele faz um retrato da arrogância humana. O filme tem apenas narrador e houve também abdicação dos cenários, procurando com isso a valorização da subjetividade dos personagens, para que o expectador pudesse deixar o superficial de lado, e a aparência, focando no interesse do filme que é a desumanidade. Foi feito também uma analogia com os EUA. Nele a protagonista Grace interage como o Cristo feminino, cheia de misericórdia e tentando provar que aquela pequena cidade pode ser boa, porém ao longo do filme tudo se mostra ao contrário, a maldade aparece, mostra as garras, fazendo com que no final ela desista e reaja diante disso. Isso fica evidente no cenário que é uma representação do real, porque quando todos morrem e somente o cão que inicialmente era a representação, se materializa, fica provado que tudo aquilo era