Análise "Daens - Um grito de Justiça"
• O filme se passa na Bélgica, em plena Revolução Industrial, quando os direitos trabalhistas ainda não eram garantidos e o poder da Igreja era bastante influente.
Ironicamente, é exatamente por essa influencia que as coisas começam a mudar quando o padre Daens se instala na igreja local e tenta ajudar os moradores miseráveis da cidade, que precisavam trabalhar por mais de 14 horas em ambientes precários para poder sustentar a família. A força de trabalho era o único e mais valioso bem dos homens; tudo piora quando os donos das indústrias decidem ampliar seus mercados consumidores e utilizam de mulheres e até mesmo crianças como empregados, apenas para pagar salários ainda menores e explorar ainda mais a mão de obra. A situação não era bonita e as cenas, além de chocantes, eram historicamente reais, nos fazendo sentir mal apenas de imaginar uma realidade tão injusta.
O padre Daens, usando do jornal, incentivava as pessoas a lutarem por seus direitos, principalmente através do voto, lhes ensinando a importância da escolha de quem os representaria no parlamento.
Em um ponto alto do filme, quando sente-se completamente sensibilizado com a situação das pessoas, – mulheres e crianças sofrendo, correndo risco de morte nas fábricas, morrendo de frio, fome ou miséria – candidata-se a deputado, prometendo zelar pelo bem dos trabalhadores e ser justo acima de tudo. Mas os donos das indústrias temendo perder o poder, juntam-se a Igreja para parar Daens e seus ideais. O objetivo era fazê-lo sentir-se dividido entre sua fé e a vontade de levar justiça aquelas pessoas; ele teria de escolher entre ser padre e ser deputado.
A população, contudo, já não era mais a mesma, lutava por seus direitos e contra a opressão dos industriários, não aceitava mais tanta exploração. Influenciados pelo padre Daens, fez-se greves e revoltas.
Os operários se organizaram e foram a luta por melhores