Análise da antígona de sófocles
Antígona, de Sófocles, é comumente lida como um texto estruturalmente composto por feixes de oposições. Quais são elas e quais as tensões que evidenciam?
Analisando Antígona de Sófocles, pode-se analisar oposições que são evidenciadas ao longo do discurso dessa tragédia grega. Se tal leitura for iniciada desde a etimologia do nome Antígona, o significado dessa nomenclatura refere-se a: Aquela que é destinada por seu nascimento, ou ainda, Aquela que se opõe a família; que está diante de, em face a alguma coisa. Ou seja, no próprio nome Antígona é desmembrado certo sentido opositor à aluma coisa. Ela já nasce com certa tendência que a leva para a oposição. No século V, a verdade está diretamente relacionada aos Deuses. Ao longo dos anos, o conceito da verdade dessa instituição deixa de pertencer aos deuses e passa a pertencer aos homens. Tal transferância na referência da verdade como única, influencia toda a geração que nessa situação vivencia. A Lei Divina se opõe a Lei Positiva. A Lei Divina (Thêmis), não está escrita, é originada pelo hábito, costume. Seu tempo é indefinido, não tem data certa. É a Verdade absoluta, e incontestável. Já a Lei Positiva envolve diretamente a presença humana (Hómos). Antígona defende a verdade da Lei Divina, enquanto a Lei Positiva e humana e representada por Creonte, que é o representante do Estado, da tirania. Uma questão logo apresentada no texto, é o sepultamento dos mortos. Ação a qual grande parte dessa tragédia é desenvolvida. O sepultamento dos mortos está diretamente ligado à Lei natural, que foi estabelecida de acordo com a Lei Divina. É o fenômeno da vida, da sobrevivência. Creonte inverte a ordem natural das coisas, ao utilizar de seu poder para decretar a proibição do sepultamento do morto, irmão de Antígona e portanto do mesmo sangue que o próprio Creonte. Ele comete uma Hybris ao ultrapassar seus limites, ainda mais estando numa posição de poder. A decisão de Antígona de conceder as honras