Análise crítica
1)CHARGE:
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2) TEXTO:
19/09/2012 - 03h30
Tendências/Debates: A volta do Estado-nação
MARCOS TROYJO
Os críticos da globalização devem estar contentes.
Escalada internacional do protecionismo comercial. Descaminhos da Primavera Árabe - cruelmente exemplificados pelo recente assassinato do embaixador dos EUA na Líbia. Desalento com a recuperação da economia mundial. Fenômenos a apontar que a globalização perde terreno. Há vários vetores desglobalizantes em operação.
Globalização é conceito maior do que contínuos avanços tecnológicos nos transportes e nas comunicações. Nós a identificamos como comércio e investimento internacionais crescentes. Melhor coordenação macroeconômica. Circulação mais livre de bens, capitais e pessoas. Formas comuns de ver e sentir o mundo. Todas essas frentes estão em xeque.
Está em xeque sobretudo a globalização dos valores, aquela ideia dos anos 1990 de que democracia representativa e economia de mercado eram os melhores parâmetros para a organização da sociedade.
Num curto-circuito histórico de duas décadas, vemos como o mundo mudou. Em 1992, o cenário global parametrizava-se pelos seguintes pressupostos:
1) A extinção da União Soviética e o subsequente ¨fim da história¨, concebido por Francis Fukuyama, levariam a uma era de conjunção entre democracia e livre mercado;
2) Acabada de vez a Guerra Fria, os EUA eram alçados à condição de ¨hiperpotência¨;
3) A ascensão econômica da Ásia tinha o Japão à frente;
4) O mundo se reorientava em torno de blocos econômicos regionais, sendo a integração europeia o caso paradigmático.
Ora, em 2012, estes parâmetros se alteraram para um cenário em que observamos:
1) Conflitos e tensões ¨multiplataformas¨ (terrorismo, crítica intra-Ocidente à ordem liberal, ciber-vandalismo). Em vez do ¨fim da história¨, a emergência de