Análise Crítica: Up In The Air (Amor sem escalas)

O filme Up In The Air (Amor Sem Escalas) conta a história de Ryan Binghan, um homem que trabalha para uma empresa especializada em desligar funcionários de clientes que não desejam fazer isso por conta própria, o filme se passa na crise de 2008/2009 nos Estado Unidos. Seu trabalho se resume a viajar pelo país demitindo pessoas que ele nunca viu, em empresas que ele nunca esteve; uma rotina extremamente estressante e solitária. Tem como meta acumular 10 milhões de milhas de viagens, para assim, fazer parte de um grupo que considera especial por contar com menos de dez membros. Além disso, por ter adquirido tamanha experiência em lidar com pessoas em situações críticas, como uma demissão, desenvolveu um sistema de motivação, o qual apresenta em conferências e palestras para as quais é convidado, entre uma viagem e outra de trabalho. Em suas viagens conta apenas com seus cartões especiais e sua pequena mala, na qual acredita carregar tudo o que é necessário para viver. Através da análise do filme, percebemos a importância dada por Binghan a seu trabalho, uma vez que sua vida é dedicada a ele, ou ao que ele lhe proporciona. Mais que uma atividade importante, que seu sustento, seu trabalho é sua vida, configurando-se como a forma de existir do personagem. O sentido de sua vida é seu trabalho e o sentido do trabalho é o modo de vida que este lhe proporciona. Sua casa são os aviões, uma forma muito cômoda de estar sempre sozinho e de não estabelecer e manter vínculos consistentes. Podemos dizer assim que, como é dito pelo próprio Ryan em um dos diálogos do filme, essa é a escolha de uma forma de vida, e para nós tal escolha se configura como um mecanismo de defesa do sujeito/personagem. O trabalho como atividade diária mantém uma relação dialética com a forma de agir do sujeito no mundo. A maneira como agimos no trabalho, geralmente, se reproduz em nossas outras relações e ações. Sendo assim, podemos pensar a respeito da atividade principal desempenhada por Ryan no