ANÁLISE CRÍTICA DE UM ARTIGO CIENTÍFICO
Foi-nos proposto como método de avaliação da disciplina de Epidemiologia II, a análise crítica de um artigo científico. O artigo escolhido “A Epidemiologia da doença de Alzheimer” foi retirado da revista Servir Volume nº47 – nº2, sendo a autora C. Berr, médica epidemiologista, encarregada de pesquisa epidemiológica em neurologia e psicopatologia, no Hospital da Salpêtrière, Paris.
O artigo começa com uma frase bem elucidativa do contexto e âmbito do mesmo: “A análise das interacções entre os factores genéticos e ambientais fornece elementos para a pesquisa etiológica desta doença”. Isto é, a investigação realizada tendo em conta os factores genéticos e ambientais, e a interacção entre ambos, proporciona dados que permitem apontar caminhos na explicação das causas desta doença.
Nesta observação, o autor começou por evidenciar que, é importante diagnosticar aquilo que é a demência relacionada com a doença propriamente dita, e as demências com origem em outras patologias, de modo a formar um quadro estatístico credível, pormenorizado, e que possibilite, assim, ver as possíveis incidências e correlações por grupos de análise, sejam eles de género, geográfico, etário, social, económico, etc. No entanto, nesta altura da análise, não é possível concluir sobre a importância relativa entre factores genéticos e ambientais, isto é, qual o peso relativo que cada um dos factores terá na sua influência sobre a doença.
Quanto aos factores genéticos, o autor evidencia alguns factos:
1) Seguindo as leis de Mendel, é possível encontrar uma transmissão familiar. Estes casos, de manifestação precoce da doença, representam uma minoria, e estão geralmente associados a mutações dos cromossomas 1, 14 e 21;
2) A doença manifesta-se na sua forma habitual, esporádica, mas tardia, devido a um gene situado no cromossoma 19, a apolipoproteína. Os indivíduos portadores do alelo ε 4, possuem, neste caso, um risco ainda 4 vezes superior de