Antropologia
Memórias da viagem
A pesquisa antropológica caracteriza-se por ser “qualitativa”. Interessam aos antropólogos as narrativas, as histórias de vida, os dados de observação direta do cotidiano. Na maioria dos casos, conseguir chegar aos dados desejados depende basicamente do fato de o pesquisador “estar lá”, onde a cultura é vivida em sua dimensão concreta, no cotidiano das pessoas. Trata-se da etnografia. Em outros casos, o antropólogo não se envolve diretamente com populações ou lugares, mas volta seu olhar para os artefatos da cultura: cinema, televisão, literatura, música, arquitetura, relatos históricos, fotografias, anúncios publicitários, etc.
1) Uma vez que o método etnográfico, hoje, não é aplicado apenas ao estudo de grupos étnicos diferentes, mas a grupos organizados em torno de certos objetivos comuns, vamos fazer um exercício etnográfico. Com uma máquina fotográfica, faça uma reportagem de um evento ou grupo social. Depois procure elaborar um texto descritivo, procurando interpretar aquilo que você observou. Lembre-se que uma análise etnográfica é mais objetiva do que um texto literário ou uma reportagem jornalística; ela fala mais do objeto analisado do que da pessoa que observa.
O olhar antropológico não se direciona diretamente para ao assunto que pretende estudar. No campo, tudo deve ser observado, anotado, vivido, mesmo que não diga respeito diretamente ao assunto que vamos estudar.
(Laplantine, 1994).
Roberto DaMatta, antropólogo brasileiro, escreveu seus primeiros livros sobre culturas indígenas. Mas duas obras podem ser consideradas como tendo objetivos de decifrar a cultura brasileira: Carnavais, malandros e herói (1979) e A casa e a rua
(1985).
2) O que é aculturação? O fato de os imigrantes italianos terem introduzido no Brasil o consumo de massas nas refeições regulares, um importante aspecto da sua cultura