antropologia
Fichamento: Laplantine, F. “A pré-história da antropologia: a descoberta das diferenças pelos viajantes do século XVI e a dupla resposta ideológica dada daquela época até nossos dias”. Em: Aprender antropologia. SP- editora Brasiliense- terceira edição.
De acordo com o autor, a origem da reflexão antropológica é da mesma época da descoberta do Novo Mundo. Pois, é a partir daí que começa-se a conhecer novos povos e tenta-se explicar se esses povos são humanos como os europeus ou se estão em uma condição inferior. E o aspecto religioso é levado em conta para este julgamento.
Duas ideologias antagônicas começam a se estabelecer. Uma defendida pelo dominicano Las Casas, onde ele afirma que os índios não são bárbaros, pois organizam-se em aldeias, têm uma ordem política e que muitas vezes superam as nações européias com suas virtudes morais. A outra é a defendida pelo jurista Sepulvera, onde este diz, que os índios são servos por natureza, e que estes merecem ser submetidos ao império de nações mais cultas e humanas, pois só assim eles abandonariam a selvageria e converteriam-se a uma vida mais digna e virtuosa.
Esses estereótipos mostrados por Las Casas e Selpulvera vão refletir até hoje com a “antropologia espontânea”, da qual ainda é difícil desvencilhar-se.
A figura do mau selvagem e do bom civilizado
“A extrema diversidade das sociedades humanas raramente apareceu aos homens como um fato, e sim como uma aberração exigindo uma justificação” (página 40). Essa atitude acaba por excluir da sociedade aqueles que não se encaixam ao sistema.
Cornelius de Pauw mostra que a separação entre o estado de natureza concebido como irremediavelmente imutável e o estado de civilização, podem ser comparados num mapa-múndi. Onde fica clara a divisão do que está ao norte e o que está ao sul. Ao norte ficaria a Europa, com toda a sua “superioridade” e ao sul, ficariam as nações “bárbaras”, com toda a sua