Antropologia

HIP HOP a Arte de pensar

Do ponto de vista antropológico um modelo descritivo do sistema social representa, com efeito, a hipótese do antropólogo sobre o modo como o sistema social opera. Isso, porém, não implica que a realidade social forma um todo coerente; ao contrário, a situação real é na maioria dos casos cheia de incongruências; e são precisamente essas incongruências que nos podem propiciar uma compreensão dos processos de mudança social. No presente texto, apresento breve análise de algumas inferências oriundas de estudos com jovens do hip-hop no campo específico da linguagem, em que conflitos, discrepâncias, na forma como o sentido de suas produções culturais são realçados, indicando que o hip-hop é, acima de qualquer outra coisa, uma cultura, uma linguagem.
HIP-HOP SE ENQUADRA NO QUE A ATUAL JUVENTUDE DENOMINA COMO CULTURA DE RUA, FEITA DE APROPRIAÇÃO E DE COLAGENS. O DJ "RECORTA" E "COLA" SONS E EFEITOS, PRODUZINDO UMA MÚSICA NOVA. OS B. BOYS (DANÇARINOS DE BREAK) COPIAM E ESTILIZAM MOVIMENTOS DE MÁQUINAS, CRIANDO UMA PERFORMANCE NOVA. ASSIM TAMBÉM ACONTECE COM AS LETRAS DAS MÚSICAS, QUE PODEM TRAZER REFERÊNCIAS A VÁRIAS IDEOLOGIAS, TEMAS E IDÉIAS, CRIANDO UMA IDEOLOGIA, UM TEMA, UMA IDÉIA DE NOVOS. OS MUROS DAS CIDADES ESTÃO GRAFITADOS COM FIGURAS QUE PODEM SER UM ALIENÍGENA, OU UM BANDIDO ARMADO, UMA CRIANÇA QUE CHORA, OU A FOLHA DE MACONHA - SÃO TAMBÉM RECORTES. O QUE OS "RECORTES" DO HIP-HOP GUARDAM ENTRE SI, É QUE SÃO SÍMBOLOS DO URBANO, SE COMPLEXIFICAM, E TRANSMITEM UMA MENSAGEM, QUE CADA UM, INTERPRETA E RE-CODIFICA, A PARTIR DAS SUAS EXPERIÊNCIAS, SEUS SABERES, SUAS VISÕES DE MUNDO.

Do ponto de vista filosófico, o Hip Hop é um movimento cultural que dá condição de pensar para vários outros segmentos e a partir disso dar condições de lutar em favor das periferias. A melhor maneira de levar novas perspectivas de vida para todos aqueles que vivem à margem da sociedade, incentivando a liberdade e uma forma de você