Antropologia
As instituições possuem diferentes finalidades, mas as disciplinas as atravessam, indicando o quanto, historicamente, uma prisão se torna parecida com um hospital que, por sua vez, se parece com uma fábrica, mantendo esta, forte proximidade com o quartel. Não sendo o poder individualizável, os seus efeitos podem ser colhidos, inteiramente, na experiência da individualização das condutas de soldados, aprendizes, doentes, presos e demais internos.
As instituições disciplinares fabricam indivíduos, bem como a máquina em jogo no panoptismo permite uma substituição da incômoda situação das multidões pela pedagogização dos agrupamentos humanos, materialmente divididos entre os indivíduos que os compõem.
Exemplos de funcionamentos de instituições do século XVIII na Europa, como das escolas, dos exércitos e das fábricas. Trata-se de uma capitalização do tempo e de uma racionalização do acúmulo de homens. Procura-se “inverter em lucro ou em utilidade sempre aumentados o movimento do tempo que passa”.
O ponto de vista foucaultiano acerca do discurso entendido como prática discursiva: “Gostaria de mostrar que o discurso não é uma estreita superfície de contato, ou de confronto, entre uma realidade e uma língua, o intrincamento entre um léxico e uma experiência. Revela, afinal de contas, uma tarefa inteiramente diferente, que consiste em não mais tratar os discursos como conjuntos de signos. Mas como práticas que formam sistematicamente os objetos de que falam”. O primeiro deles é o ritual. Este, segundo Foucault, “ define a qualificação que devem possuir os indivíduos que falam. Define os gestos, os comportamentos, as circunstâncias, e todo o conjunto de signos que devem acompanhar o