Antropologia
A civilização ocidental amparada (deitada no seio do/ sob a sombra protetora) pelo Estado, diferentemente das civilizações arcaicas, utiliza deste instrumento numa relação interdependente na organização e manejo das populações. A ruptura política que afasta sociedades primitivas, sem Estado, das sociedades entendidas como civilizadas, é o marco da estruturação da sociedade pela divisão de classes através da dominação dos homens e pela expressão da autoridade hierarquizada. Existe aqui uma resignificação das relações de poder.
Segundo
Clastres
a
estrutura
da
sociedade
segregada
pelo
aparecimento de classes determina a emergência do Estado, uma vez que o homem constrói relações de poder entre dominantes e dominados. Esta ordem disposta verticalmente permite que o poder, cume da pirâmide social, exerça uma força de controle e exclusão sobre a base desta mesma pirâmide.
O uso do tempo por estas sociedades é transformado em relação a sua organização primitiva, e agora o que dignifica o homem e o inclui como participante da civilização é o trabalho. O Estado expressa sua força e garante sua ordem sobre acima da sociedade ao controlar (determinar) o uso do tempo, agora direcionada ao trabalho.
Com o florescer de novas relações econômicas em particular o capitalismo, a própria relação do homem com o trabalho modifica-se. O trabalho tornou-se abstrato ao homem, uma vez que este não se reconhece mais ao longo da cadeia de produção de determinado produto. O homem realiza o trabalho alienado. Porém antes de ser econômica, a alienação é política, pois o sujeito estar alienado em relação ao trabalho faz sentido a política, por sua vez interessada em satisfazer os “senhores de poder”. Como expõe Clastres, “a opressão política determina, chama, permite a exploração”.
Se o Estado protege e legitima a relação de exploração de um grupo social sobre outros grupos, haveria de