antropologia

ANTROPOLOGIA
Clifford Geertz, partindo da afirmação de que para compreender o que é ciência é preciso analisar o que seus praticantes fazem, diz que para compreender o esforço antropológico é preciso se atentar para o que é usado como método para se fazer antropologia. Sendo assim, a etnografia permite compreender a antropologia como esforço para uso e pratica do conhecimento, tratando-se, segundo ele de um esforço intelectual, que representa o risco elaborado de uma descrição densa.
Através de um exemplo que ele descreve, usado por Ryle, a piscadela, em que uma piscada do olho direito para cada garoto assume um sentido, uma intenção – uma conspiração, um tique nervoso, uma imitação ou um ensaio -, Geertz descreve que entre uma percepção mais superficial e uma mais densa se encontra o objeto da etnografia: uma sobreposição de linhas de significado hierarquizados, que muitas vezes estão amarradas entre si, que se mostram estranhas e muitas vezes ocultas. Assim como o antropólogo diz ao final da primeira parte do primeiro capitulo do livro Interpretação e Cultura, fazer etnografia é o mesmo que fazer uma leitura de um manuscrito complexo, desbotado e totalmente obscuro. Uma descrição densa é o esforço da etnografia, ou melhor do etnógrafo.
Este conceito descrito é o que define e representa, consequentemente, o trabalho da Antropologia Interpretativa. Para compreendê-la, inicialmente, é importante ressaltar a diferença existente entre interpretar e compreender, sutilmente encontra-se na origem do significado geral, ou seja, no que serve por ponto de partida para o alcance de significados. Aqui, não se encontram leis gerais, o geral pode-se entender no sentido, significado de uma ação. Portanto esta antropologia busca significados.
A antropologia interpretativa usa da hermenêutica, e representa uma mudança de paradigma, logo que trás a tona duas questões importantes a ação social, ou a importância de sua observância – não tanto quanto Weber -, e o símbolo, a