Antropologia
O século XXI descobre e explora espaços até então desconhecidos e tem um discurso selvagem sobre os habitantes que povoam esses espaços. Após um parêntese no século XVII, esse discurso se organiza no século XVIII: ele é ''iluminado'' à luz dos filosofos, e a viagem se torna '' viagem filosófica''. Mas a primeira-a grande- tentativa de unificação, isto é, de instauração de redes entre esses espaços, e de reconstituição de temporalidades é incontestavelmente obra do século XIX. Esse século XIX, hoje tão desacreditado, realiza o que antes eram apenas programáticos. Dessa vez, é a época durante a qual se constitui verdadeiramente a antropologia enquanto disciplina autônoma: a ciência das sociedades primitivas em todas as suas dimensões(biológica, técnica, econômica, política, religiosa, linguística, psicológica...) enquanto que, notamo-lo, em se tratando da nossa sociedade, essas perspectivas estão se tornando individualmente disciplinas particulares cada vez mais especializadas.
Com a revolução industrial inglesa e a revolução política francesa, percebe-se que a sociedade mudou e nunca mais PÁG 63 voltará a ser o que era. A Europa se vê confrontada a uma conjuntura inédita. Seus modos de vida e suas relações sociais sofrem uma mutução sem precedente. Um mundo está terminando, e um outro está nascendo. Se o final do século XVIII começava a sentir essas transformações, ele reagia ao enigma colocaado pela existência de sociedades que tinham permanecido fora dos progressos da civilização, trazendo um adupla resposta abandonada pela do século que nos interessa agora:
_ resposta que confia nas vantagens da civilização e considera totalmente estranhas a ela própria todas essas formas de existência que estão situadas fora da história e da cultura( de Pauw, Hegel);
_ mas sobretudo resposta preocupada, que se expressa na nostalgia do antigo que ainda subsiste noutro lugar: o estado de felicidade do