Antropologia
Universidade Federal de Pernambuco
Ciência Política com ênfase em Relações Internacionais
Bryanna Rayllane Dantas
Resenha do Capítulo 1 do livro “ O trabalho do antropólogo” de Roberto Cardoso de Oliveira.
No texto em questão Roberto Cardoso de Oliveira questiona algumas das “faculdades do entendimento” socio-cultural que, segundo ele, são inerentes ao modo de conhecer das ciências sociais. Estas faculdades seriam o olhar, o ouvir e o escrever e seriam essenciais para a construção do saber.
Começando pelo “olhar”, o autor coloca que o olhar do pesquisador é domesticado pelas disciplinas acadêmicas e que isso faz com que o pesquisador altere o objeto de estudo desde a sua primeira percepção do mesmo.
Entretanto, o autor defende que esse conhecimento conceitual anterior, obtido na academia, é necessário para se compreender o que os olhos veem. É importante que o antropólogo tenha o olhar disciplinado. “ A teoria social pré-estrutura nosso olhar e sofistica a nossa capacidade de observação”, diz o autor.
O autor acrescenta que o olhar não pode ser usado de forma independente no exercício da investigação, e seria complementado pelo ouvir. Os dois devem estar sempre juntos e servem como apoio ao pesquisador para que este passe pelo difícil caminho de chegada até o conhecimento. Dessa forma, o ouvir também deve ser disciplinados para superar as dificuldades do caminho, saber separar o que é “ruído”, o que não é necessário e pode atrapalhar a chegada ao conhecimento, do que é relevante.
Apenas o olhar e o ouvir podem não catar o sentido das coisas, seu real significado. Por isso, se faz uso de entrevistas, um ouvir especial. Entretanto, esse ouvir também deve ser disciplinado. O entrevistador deve saber ouvir. A grande dificuldade das entrevistas está na diferença de culturas entre o entrevistador e o nativo, chamado pelo autor de “idiomas culturais”. O bom antropólogo tem de saber se afastar de sua