antropologia juridica
O Homem e o Caminho da Dominação
A construção do homem pode ser resumida em Trabalho. O trabalho é para o homem seu
“inferno” e seu “paraíso”. Mesmo nas teorias “criacionistas” – a criação divina –, o trabalho aparece como fundamento de sua ontologia – a construção de seu ser. Pelo trabalho os hominídeos, ancestrais dos humanos, se transformaram ao longo de milhões de anos e puderam produzir a humanidade tal como a conhecemos em nossos dias – teoria evolucionista. Desde os estudos de Charles Darwin, no século XIX, até hoje, a antropologia e as demais ciências parecem confirmar essa evolução a partir de circunstâncias de necessidade de sobrevivência material e adaptação à natureza. Essa adaptação e esforço de sobrevivência foram alimentados concomitantemente por diversos fatores.
4.1. O Homo sapiens
A liberação das mãos é a primeira tarefa “humana”; essa tarefa consistiu em livrar os membros superiores e as mãos, provavelmente, de suas funções animalescas de auxílio à locomoção, tanto no chão como pelas árvores. Livres, as mãos desenvolveram-se para proporcionar firmeza e habilidade para outras coisas além de locomoção. Para isso os nossos ancestrais mais “animalescos” precisaram desenvolver a habilidade de se equilibrarem apenas nos dois membros inferiores, as pernas. Assim, na medida em que essa aptidão para andarem de forma ereta se desenvolveu, mais e mais as mãos puderam especializar-se em outros trabalhos, como a manipulação planejada – na medida em que esses objetos pudessem ser úteis para atividades posteriores –, de objetos encontrados na natureza. Obviamente, esse esforço e essa transformação fisiológica e fisionômica exigiram um esforço no desenvolvimento cerebral.
A segunda tarefa “humana” é a produção da linguagem. A linguagem exige, para o homem, de um lado, um aparelho vocal apropriado, de outro lado, a produção abstrata de símbolos. O homem não é o único animal que se comunica com os de sua espécie. Mas é o único