Antropologia Filosofica
O ser humano se confronta com as perguntas fundamentais sobre si mesmo: o que posso saber?, o que devo fazer?, o que me é permitido esperar? E, finalmente, o que é o homem? Esta é a questão central e mais abrangente de toda filosofia.
A pergunta pelo homem encontra-se no interior de uma tensão cujos pólos são a natureza e a cultura. Assim a AF se encontra diante de três tarefas:
a)elaborar uma ideia do homem que considere a tradição filosófica e as contribuições das ciências humanas;
b) uma justificação crítica dessa ideia e que se apresente como fundamento da unidade dos múltiplos aspectos do fenómeno humano; c)uma sistematização filosófica que se constitua como Ontologia e responda ao problema clássico da essência: o que é o homem? A AF se propõe então "encontrar um centro conceptual que unifique as múltiplas linhas de explicação do fenómeno humano e no qual se inscrevam categorias fundamentais que venham a constituir o discurso filosófico sobre o ser do homem ou constituam a Antropologia como ontologia". (AF 1,12)
Cabe à AF tentar uma articulação dialética que integre os pólos da natureza, do sujeito e das formas simbólicas, superando as várias formas de reducionismos e sem cair numa simples justaposição. Como fazer essa articulação? E com que método?
A Filosofia recebe seus dados de duas fontes principais: da experiência natural (pré-compreensão) e da ciência (compreensão explicativa). E essas fontes de dados dão origem aos problemas que são colocados, por um lado, pelas ciências naturais (natureza) e, por outro lado, pelas ciências hermenêuticas (sujeito e cultura) ao homem moderno. As ciências naturais colocam problemas de génese e de estrutura. Os problemas de génese tematizam a origem do homem a partir da natureza segundo sua onto ou filogênese e se orientam em função da possibilidade de alcançar a essência do homem. Os problemas da