Antigona
A reportagem abordada tem como tema uma discursão muito semelhante à problemática apresentada na peça Antígona, a difícil tarefa de se extrair ou de se almejar o que seria ético ou ao menos justo entre as leis positivadas e os costumes, costumes esses de caráter atemporal e de forte cunho religioso. Diferentemente do acontecido na peça, a jovem gaúcha estava amparada pelas leis, porem indo contra os costumes, e principalmente contra uma ética hipócrita e quase perversa que em nome da “vida” tentou sentencia-la a aceitar todo o sofrimento como se possível fosse, e continuar uma gravidez que traria para ela a todo o momento a violência a qual foi submetida. Como pode outra pessoa, a não ser a própria jovem, a decidir se seria capaz de supera tal mazela e de dar continuidade a gravidez e amar a criança gerada de tal trauma? E se as leis garantem a ela tal decisão, e só a ela somente, se faz soar a questão, embasados em qual direito, ética ou costume, qualquer instituição ou pessoa se julga portador de tal alteridade para contestar ou interferir na decisão por ela tomada? Se as leis garantem a essa jovem amparo na decisão de interromper a gestação tendo em vista o fato traumatizante, não caberia por tanto a sociedade como um todo apenas respeitar uma escolha de caráter tão pessoal? As leis positivadas nem sempre representam uma justiça absoluta como é mostrado na peça Antígona, tanto porque, se assim fosse bastaria sempre comparar casos semelhantes e lhes aplicarem as mesmas leis sem necessidade de se olhar suas peculiaridades, tendo em vista isso, as nuançais que existem nas relações humanas, nos conflitos de interesses, que se deve sempre ponderar a respeito dos costumes e da ética inerentes as leis positivadas, leis essas cabíveis de interpretações por diversos pontos de vista, sendo todos eles muitas vezes justos . O que não se pode jamais é considerar na esfera