A peça Antígona vai tratar da morte de dois irmãos filhos de Èdipo: Polinice e Eteócles, que se matam reciprocamente e julgada pela decisão de Creonte, Rei de Tebas, em enterrar apenas um e não enterrar outro. Sua irmã Antígona se sente na obrigação de enterrar Polinice, entorno desse conflito vai gerar a obra, tratando de problemas essenciais para a convivência humana destacando - se a questão do justo e do injusto. Um dos fatores que traz a discussão da peça é a tradição, onde deita suas raízes numa função religiosa fortemente arraigada. A questão de religiosidade, diz respeito a unidade de uma ligação muito íntima entre homens e deuses, essa representação era das forças da natureza agindo com os homens e muitas vezes responsabilizando pela atitude desses homens e também por uma mera questão de humanidade, mas principalmente é indiscutível a coragem exercida por Antígona, que mesmo sendo mulher, contrariando as ideias adversas de sua irmã Ismênia e tendo convicção que era vulnerável aos direitos em relação aos homens, não se intimidou pelas circunstâncias existenciais. Há um conflito entre lei pública e amor interno, ela pelo desejo de enterrar seu irmão e a lei pública, compreendida como uma questão de sobrevivência mesmo contra os sentimentos imposta pelo tirano Creonte, que se materializa a importância do direito natural sobre o direito positivo, mas por outro lado o embate entre lei dos homens e leis divinas. A atitude de Antígona aparentemente repleta por um caráter de ambiguidade em desacordo com estado, em desacordo das forças superiores, destaca-se a desobediência civil em face do estado, contra algo injusto. Por causa de sua consciência moral, pode se rebelar, deve se rebelar contra a ordem injusta de um tirano.