Analogia do Bem e do Sol em Platão
A Teoria da Alma, entre razão (a parte superior da alma), a concupiscência (prazeres do tato, cobiça e prazeres sensuais) e cólera (raiva) quando estão em harmonia representam a justiça, temperança e coragem. Para estar em harmonia é necessário direção, e o comando político é obrigação do filósofo, pois ele é o mais próximo da Ideia de Bem, tendo a obrigação de conduzir e levar os que não a alcançam.
Para entender o que é essa Ideia de Bem, a linha das coisas visíveis e inteligíveis e onde estão essas pessoas que não encontraram o bem ou estão no mais baixo nível do conhecimento – mito da caverna -, os Livros VI e VII dedicam-se a explicá-los.
Aqui tratar-se-á principalmente da analogia entre o Bem e o sol, mas sendo impossível não deparar-se com a alegoria da caverna, pois essa contém todos os outros temas citados acima.
1. Apresentação da ideia
A analogia do Bem com o sol começa na parte 505a do Livro VI da República, quando Sócrates apresenta, em seu conhecido método dialético, a mais elevada das ciências: a ideia do bem.
É pela ideia do bem que a justiça, principal tema do livro, e todas as outras virtudes tornam-se valiosas. A importância é tanta que Sócrates afirma que nada possuímos se não possuirmos o bem. De nada nos adianta conhecer tudo se não conhecermos a Ideia de Bem. Como se os outros conhecimentos estivessem corrompidos, pois só saberíamos usá-los com moderação e sobriedade com a condução do bem.
Na sequência do