PLAT O
Formas e Fenômenos em Platão*
Resumo
A República de Platão trata do diálogo ocorrido na casa do velho Céfalo com Sócrates e diversos outros, alguns que participam do diálogo e outros que permanecem anônimos. A investigação na obra é sobre o significado de justiça e como é a vida do homem e da cidade justos. Os livros intermediários da República, V a VII, são uma digressão do problema principal, que começa com a observação de como vivem as mulheres e crianças na cidade perfeita. Para este trabalho, interessa-nos a exposição da teoria platônica das Formas [idéias] e aparências ou sombras [Fenômenos] através da metáfora do Sol e alegorias da linha e da caverna nos livros VI e VII. Deseja-se saber a condição do homem que vive na esfera das aparências, sua permanência ou não neste estágio, sua possibilidade de conhecer o inteligível e por que é bom que isso ocorra.
Palavras-chaves: Platão, Formas, Aparências
Introdução
Como conhecemos e o que conhecemos? O que é a realidade para nós e tudo cessa nela?
A República, uma investigação a respeito do conceito de justiça e de como essa se manifesta no homem e na cidade e suas conseqüências, sofrem uma digressão a partir do livro V que se estende até ao livro VII. Interessa-nos nesse trabalho a teoria platônica sobre o inteligível e o sensível, ou seja, naquele as Idéias e as Formas e nesse as aparências e as sombras. Essa teoria surge, de maneira evidente, na analogia da linha e alegoria da caverna.
Antes de analisar a exposição dessa teoria faz-se necessário acompanhar a investigação de Sócrates e dos participantes do diálogo sobre as características da alma filosófica e da importância desta na cidade perfeita, idealizada por Sócrates, assim como a exposição sobre o bem[1].
O homem filósofo tem uma alma estável e próxima do Ser e da verdade. Esse homem é o que a cidade precisa ter no seu comando, no seu governo, pois ele a livrará de todas as calamidades. Esse homem é o que tem o saber real,