Plat O
3.1 Virtuosismo platônico e socratismo
De acordo com o autor, Platão foi o discípulo mais notável de Sócrates, que por meio de seus diálogos Fedro e República (livros IV e X), fundou a academia, desenvolvendo com acuidade os mesmos pressupostos elementares do pensamento socrático: a virtude é conhecimento, e o vício existe em função da ignorância. Importa mencionar, que para Sócrates a prudência seria a virtude de caráter fundamental para o alcance da harmonia social
Porém, a preocupação filosófica de Platão não irá decorrer de uma vivência direta e efetiva em meio às coisas humanas, mas sim de pressupostos transcendentes, quais a alma, a preexistência da alma, a reminiscência das ideias, a subsistência da alma, a proporção que após a condenação de Sócrates houve hostilidade da cidade ao filósofo, havendo assim, um processo acadêmico de distanciamento da cidadania participativa.
A partir de então, a prudência socrática converte-se em vida teórica, onde é declarada por Platão como a melhor das formas de vida, entre as possíveis e desejáveis formas de vida humana (filósofo, cavaleiro, artesão). Ele baseia esta ideia na tripartição da alma:
1. ALMA LOGÍSTICA, correspondendo à parte superior do corpo humano (cabeça), à qual se liga a figura do filósofo;
2. ALMA IRASCÍVEL, correspondendo à parte mediana do corpo humano (peito), caracterizada pela coragem como virtude cavalheiresca;
3. ALMA APETITIVA, correspondendo à parte inferior do corpo humano (baixo ventre), à qual se ligam os artesãos, os comerciantes e o povo.
Assim, a ciência só é possível do que é certo, eterno e imutável, onde somente as ideias o são.
3.2 Virtude e vício: ordem e desordem
O virtuosismo platônico está ligado ao domínio das tendências irascíveis e concupiscíveis humanas, tudo com vistas à supremacia da alma racional, haja vista que cada parte da alma humana exerce uma função, e estas funções delimitadas, sincronizadas e direcionadas