Platao
Para Platão, o sentido da Filosofia – o amor à sabedoria – é o de conduzir o homem do mundo das aparências ao mundo da realidade, ou da contemplação das sombras à visão das idéias, imutáveis e eternas, iluminadas pela idéia suprema do bem (cf. alegoria da caverna).
Platão é o discípulo mais famoso de Sócrates. Como Sócrates não deixou nenhuma obra escrita, muito do que sabemos hoje da sua filosofia nos chegou através de Platão. Por outro lado, Platão utiliza a figura de Sócrates como personagem em seus livros.
Assim, o personagem acaba sendo associado a idéias que, na verdade, foram desenvolvidas pelo autor do texto. É preciso tomar cuidado com essa “confusão” entre o Sócrates histórico, o Sócrates personagem literário e Platão. Mas é inegável que Platão, acima de tudo, admirava Sócrates e que procurou durante toda a vida dar continuidade ao trabalho iniciado pelo mestre.
- Contexto Histórico
A obra de Platão foi fortemente marcada pelos acontecimentos do seu tempo. Por isso, para compreendê-la, é importante conhecer alguns detalhes históricos que, de certa forma, influenciaram seu pensamento. Nascido em Atenas em 428 a.C., Platão foi contemporâneo dos sofistas e discípulo de Sócrates. Embora já tenhamos descrito um pouco do contexto histórico do séc. V a.C., é preciso agora acrescentar mais alguns detalhes aqui.
Em 478 a.C., os gregos criam a Confederação de Delos, uma aliança marítima de defesa comandada por Atenas. Após derrotar definitivamente os persas em 448 a.C., o governo ateniense usa os espólios da guerra na construção de obras públicas e monumentos, transformando Atenas na mais exuberante cidade da época.
Mas todo esse esplendor foi feito às custas da apropriação de recursos que pertenciam a todas as cidades-Estado que compunham a federação. Isso acabou provocando um novo conflito, a Guerra do Peloponeso, marcada principalmente pela disputa entre Esparta e Atenas. A vitória dos espartanos, em 404 a.C., obtida com a ajuda dos antigos