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Como que se deve pensar a formação do rei-filósofo, a Paideia do governante? É necessária uma cultura diferente. Platão exige que na educação dos guardiões que se tornarão reis-filósofos tenha-se o conhecimento da ideia de bem como Maior Lição. Quanto maior for o grau de conhecimento sobre a ideia do bem, certamente será maior o grau de precisão e perfeição do conhecimento deste filósofo. Sem este grau de conhecimento é inútil qualquer tentativa de Paideia do rei-filósofo.
Avaliando o diálogo do livro A República, pensaremos a definição da ideia do bem a partir de três metáforas utilizadas por Platão. Sabemos que, por Bem, Platão o entende por sumo objeto de desejo da vida, a finalidade da vida, e que como característica mais geral do termo, é que “todos têm consciência (...) para compreendermos que não poderíamos entregar a direção do Estado a um guardião que ignorasse a solução deste problema dos problemas”, que é o entendimento do significado da ideia do bem. Deixemos bem claro que Platão jamais ousou procurar definir, seja qual for o sentido, a natureza do Bem em si, ou seja, o bem em si mesmo. Com isso, que possamos, então nos direcionar a compreensão esquemática do significado desta ideia do bem a partir das três metáforas platônicas, a saber: analogia do Sol; metáfora da Linha Dividida; e a Alegoria da Caverna.
Analogia ao Sol
A faculdade de ver, portanto a visão, “é a mais nobre de todos os sentidos do homem”. No entanto, para este efeito de poder ver as coisas, não há dúvidas de que elas devem a uma causa. Os homens somente podem ver alguma coisa se for existente uma relação entre três elementos, a saber: a faculdade da visão; os objetos que serão identificados pela faculdade anterior; e, por último, a luz digna de respeito, enviada do céu pelos deuses, a saber, Hélios. Platão, neste momento de sua obra, causa-nos a impressão de poder identificar uma introdução à compreensão da realidade objetiva do bem. Para tanto, é que temos que