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A realização do pensamento platônico de indissociabilidade entre ética e política acontece desde a determinação da natureza, passando pelo hábito e pela educação. O ser ético-político de Platão repouso na contemplação do Sumo Bem: a indissociabilidade acontece quando as ações humanas são determinadas conforme o bem comum a todos os cidadãos. Não pode acontecer uma ética sem o espaço da política. As tomadas de decisões políticas de um governante não podem considerar somente seus interesses particulares, isto não é uma ação ética. O governante tem de saber que a melhor ação é aquela que é melhor para o bem da polis, para bem comum de todos aqueles que participam da vida política da cidade. Assim como o governante, também os cidadãos têm de agir em determinação do bem, não de si mesmo, mas do coletivo, do bem da polis.
A indissociabilidade entre ética e política em Aristóteles acontece justamente por este considerar o homem um vivente político. As ações éticas dos homens não estão dissociadas da política, pois, ambas buscam o bem-viver dos cidadãos na cidade. Assim como em Platão, Aristóteles considera que as ações do governante, e dos cidadãos, devem ser superadas pelo bem da polis. O agir ético é configurador da política, assim como a política faz realizar a ética humana. Ser ético é ser político e promover o bem. Participar da política é ser ético na construção de um bem-viver da polis. A polis, enquanto composto orgânico, é a realização conjunta do saber ético-político. Mediante a linguagem, o homem promove o comportamento ético-político da polis. Eis a razão que nos diferencia de outros