Analise literaria do Poema Cavador de Infinito de Cruz e Souza
Com a lâmpada do Sonho desce aflito
E sobe aos mundos mais imponderáveis,
Vai abafando as queixas implacáveis,
Da alma o profundo e soluçado grito.
Ânsias, Desejos, tudo a fogo, escrito
Sente, em redor, nos astros inefáveis.
Cava nas fundas eras insondáveis
O cavador do trágico Infinito.
E quanto mais pelo Infinito cava mais o Infinito se transforma em lava
E o cavador se perde nas distâncias...
Alto levanta a lâmpada do Sonho.
E como seu vulto pálido e tristonho
Cava os abismos das eternas ânsias!
Analise:
Poema do autor Cruz e Souza, que tem como principal característica o simbolismo em suas obras. No poema “Cavador do infinito” podemos notar várias palavras e expressões que precisam de muita reflexão para entende-las e decifra-las para interpretar o que o autor quer nos passar. Há também outras características do autor ligadas ao simbolismo como a musicalidade, uma visão pessimista e dramática da existência, desespero, a transcendência, a alusão aos sentidos e às sensações. Isso contribui para que as obras sejam subjetivas, abstratas e muitas vezes complexa.
Podemos interpretar no poema um drama na busca do eu-lírico em chegar em algum lugar, o infinito, buscando questionar a razão e o fundamento da existência humana, a essência do ser, algo profundo. Na primeira estrofe o eu-lírico está com a “lâmpada do Sonho” onde a lâmpada e algo que ilumina e o sonho como algo que motiva e da esperança, o autor também cava na procura de sua própria essência, por algo não encontrado que lhe causava aflição, buscando chegar a lugares “imponderáveis”, que são imprevisíveis, para abafar aquilo que sente.
Na segunda estrofe o autor expressa suas sensações, “ânsia, desejos” mostrando insatisfação na sua vida pessoal e na busca de uma história diferente. No verso “cava nas fundas eras insondáveis”, está ligado ao seu “trágico” passado, onde o autor não se encontra.
Na terceira estrofe o vemos que o autor não