Analise do texto "Ditadura, anistia e reconciliação"
De acordo com este teórico, a lei supracitada teria um caráter de pacto de sociedade, e sendo assim, não contou com unanimidade em sua confecção. Sua aprovação, em agosto de 1970 causou descontentamento naqueles que ansiavam por ampla anistia, que provocaria no julgamento dos torturadores e no desmantelamento da polícia política, além do perdão geral para todos os presos e exilados políticos do período da repressão. No entanto, o projeto que foi aprovado era largamente restritivo, pois mantinha presos políticos encarcerados e não constava em seu conteúdo nada sobre a punição de torturadores, gerando um amplo debate se estes torturadores estariam, ou não, protegidos pelo dispositivo legal da anistia sobre crimes conexos aos praticados pelos que formaram a oposição à ditadura.
Aarão afirma que a Lei de Anistia gerou três tipos de silêncio. O primeiro deles, silêncio sobre a tortura e os torturadores, não ocorreu de maneira geral, pois durante todo o processo do regime militar houveram vozes que resolveram não se calar e protestaram contra tudo aquilo que era aplicado e imposto pelo corpo administrativo. Embora este silêncio não tenha sido unanime, as manifestações que denunciavam a tortura e seus torturadores vieram de vozes isoladas. A maioria da população optou por escolher ficar em silêncio do que relembrar de todos os disparates ocorridos no período ditatorial. A escolha de ignorar este passado resultou na impunidade dos torturadores.
Caso se faça uma análise sobre como se deu o apoio da população à ditadura utilizando como base de estudo a história (como é contada atualmente), seria possível concluir que o regime militar sofreu forte oposição e que a maioria da sociedade era contrária ao regime. Mas, uma analise mais cuidadosa de fatos ocorridos no