Analise conjuntura
1. Semestre/2012
Cidade: sincretismo do mundo
Sincretismo: fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas, ou de diferentes sistemas sociais.
Cada cidade é um mundo em miniatura onde coexistem os mais diferentes tipos humanos, arquitetônicos e naturais. Com seu dinamismo, a cidade atrai e expele, glorifica e massacra, dá a vida e também a tira de seus filhos sejam eles naturais ou adotivos. Somos nela criados, somos por ela educados, sentimo-nos estrangeiros fora de nossa cidade, ela é o centro da nossa existência.
Miscigenação de raças, classes sociais e profissionais, desenhos habitacionais cotidianos e irregulares, sede do poder e da pobreza, o centro urbano reúne em si vitória e derrota, felicidade e dor, contradição. Há o que busca a vida tranquila na rocinha, há o que busca apenas o lazer no shopping center, o reduto mundial do consumismo. Cidade é permissão. Cidade é coação. "Faz o que tu queres, mas serás julgado por tudo." A cidade é o espaço singular onde nascemos, vivemos e morreremos, que conhecemos tão bem, mas que explicamos sem explicar. A cidade ou não tem explicação ou permite todas as explicações.
O espaço urbano é construído com base nos tipos que nele habitam ou são os tipos que são moldados pelo ambiente? Local da multiplicidade, da integração e da discórdia, o sincretismo urbano é, para muitos, o sonho da mudança acertada, o caminho da felicidade.
Visão ingênua desse mundo contraditório, ela representa a realização do sonho das massas. A cidade, em sua grandiosidade, é protetora e é perversa, é a paz e é o inferno, é a certeza e é a contradição. Há a possibilidade de se filosofar sobre ela, sobre seu bem e sobre o mal. Todavia, conhecer uma cidade é como conhecer uma pessoa, é vivê-la, é sofrê-la, é amá-la. A cidade é a nossa própria vida.
Tanto é a nossa vida que está em nós. Está em nossas roupas, em nosso jeito de ser, em nossos gostos, em nossa falta. O