Ambivalencias
O Nordeste nas obras de Gilberto Freyre e Celso Furtado
O texto fala sobre duas faces do nordeste onde uma não exclui a outra, mesmo com aspectos opostos. Gilberto Freyre e Celso Furtado exploram essa diferentes interpretações do nordeste brasileiro falando respectivamente o litoral do Nordeste e o sertão nordestino.
Gilberto Freire fala de um Nordeste que se desenvolveu a partir da região açucareira. Ele percebeu que essa região não se limita a isso, e fala que o Nordeste de homens e animais, de seca é apenas um lado e cita as características de um Nordeste mais velho, de árvores grandes, bois, e alimentação típica, numa manifestação de ambivalência e reconhecendo que o Nordeste não se resume a essas duas imagens.
A região foi pensada por Gilberto como um espaço social e não como um espaço determinado pelos elementos físicos. A região açucareira foi onde se expressou o sistema patriarcal de colonização portuguesa, como foi representado pela casa-grande e pela senzala, mas Gilberto generaliza a ideia no sentido de que daí se formou um sistema econômico, social e politico.
A casa-grande mesmo associada ao engenho da cana-de-açúcar e ao patriarcalismo não deveria ser considerada exclusiva da economia açucareira, pois o sistema patriarcal se estendeu a monocultura escravista e latifundiária se tornando a tradução mais adequada do caráter social. Gilberto Freyre afirma também que a civilização patriarcal era uma sociedade que comportava oposições geradas na sua própria base, a monocultura, elemento primordial para a interpretação do Nordeste agrário.
A cana-de-açúcar deformou as fontes de vida natural assim como adoçou a vida social, como Freyre afirma, dizendo que além da influência do açúcar sobre a cozinha, influenciou indiretamente os costumes e na língua portuguesa; assim se tratando de um processo ambivalente onde deformação e criação não se excluem.
Celso Furtado fala que foi na região açucareira que se originou a sociedade