De modo geral, esse termo se refere à propriedade de certos enunciados poderem ser interpretados de diferentes maneiras, sendo, pois, sinônimo de “pouco claro”. Para Lyons (1981) ambíguo é um sinal que codifica mais de uma mensagem. Tal ambigüidade pode provir de uma “imperfeição” do falante ou de uma “deficiência” do sistema da língua. Convém destacar, no entanto, que nem sempre a ambigüidade é um problema. Muitas vezes, corresponde a uma intenção clara e determinada do falante, como ocorre, com freqüência, em textos publicitários e humorísticos. A ambigüidade só deve, pois, ser evitada quando é involuntária. E aí reside o problema: como evitar aquilo de que não nos damos conta? Nesse ponto, importa, então, ressaltar o caráter dialógico da ambigüidade, ou seja, a ambigüidade se instaura sempre no interlocutor. Em outras palavras, ela só existe para o outro, já que, quando produzimos nossos textos, quando interagimos, sabemos o que estamos querendo dizer, transmitir. O outro, o nosso interlocutor é que pode não atingir, não perceber a nossa intenção, o nosso propósito. A ambigüidade pode ser polissêmica, ou estrutural. No primeiro caso, deve-se à possibilidade de os vocábulos apresentarem mais de um significado; no segundo, ela se prende a problemas de construção. A ambigüidade derivada da polissemia do vocábulo pode ser evitada pelo esclarecimento maior do contexto, ou pela substituição do vocábulo polissêmico por outro de sentido equivalente; já no caso da ambigüidade estrutural, as causas são muitas e as possibilidades de eliminá-la variam conforme o problema que a origina. Carneiro (2001) apresenta algumas possíveis causas da ambigüidade estrutural, quais sejam: a) a difícil distinção entre agente e paciente (Ex. a demissão do ministro causou impacto); b) o mau uso da coordenação ( Ex. Pedro e Maria vão desquitar-se.); c) a má colocação de palavras (Ex. A professora deixou a turma entusiasmada); d) o mau uso de pronomes relativos, geralmente com dois