Ambiente globalizado: o lexus e a oliveira
Thomas L. Friedman
Desde a queda do Muro de Berlim muitas coisas mudaram na relação entre os países e o mundo se tornou “menor”, mais aberto e integrado. Foi um marco histórico do início da era da globalização. Também se caracterizou como o final da Guerra Fria, onde as Superpotências, representadas pelos Estados Unidos e a URSS, disputavam o controle da economia, da tecnologia e principalmente dos ideais políticos. Era uma luta entre o capitalismo e o socialismo onde as forças eram medidas pelo peso das armas nucleares e pela expansão da cada ideologia política aos países em desenvolvimento.
O sistema da globalização, ao contrário do sistema da Guerra Fria, não contempla este tipo de disputa. Além disso, caracteriza-se por ser um processo dinâmico e contínuo que envolve a integração inevitável dos mercados, dos países e das tecnologias, com uma grande intensidade e velocidade. Tais fatos mudaram totalmente a maneira com na qual as forças são mensuradas.
O raciocínio globalista é de extrema importância e não pode ser visualizado a partir de uma única dimensão. Friedman enumera essas dimensões em seis e as chama de 6-D, classificando-as em mercados financeiros, política, cultura, segurança nacional, tecnologia e ambientalismo. Ou seja, apenas conhecendo cada uma delas para um determinado país é possível dizer que se sabe algo sobre ele.
O autor utilizou duas figuras antagônicas para descrever a globalização: o Lexus e a Oliveira. O Lexus simboliza a prosperidade, o aprimoramento e a modernização. Representa os mercados mundiais, as instituições financeiras e as tecnologias capazes de proporcionar padrões de vida mais elevados. A Oliveira, por sua vez, representa nossas raízes, nos identifica e nos localiza, proporcionando o sentimento de família, a profundidade dos relacionamentos, a segurança e a confiança. No sistema de Guerra Fria a ameaça de uma oliveira vinha sempre de outra oliveira.