Aluísio Azevedo- O Mulato
Aluísio Tancredo Belo Gonçalves de Azevedo (São Luís, 14 de abril de 1857 — Buenos Aires, 21 de janeiro de 1913) foi um romancista, contista, cronista, diplomata e jornalista brasileiro; além de bom desenhista e discreto pintor. Ainda em pequeno revela pendores para o desenho e para a pintura, dom que mais tarde lhe auxiliaria na produção literária. Concluindo os preparatórios em São Luís do Maranhão, transfere-se em 1876 para o Rio de Janeiro, onde prossegue estudos na Academia Imperial de Belas-Artes, obtendo, a título de subsistência imediata, ofício de colaborador caricaturista de jornais, como O Fígaro, Mequetrefe, Zig-Zag e A Semana Ilustrada. Com o falecimento do pai em 1878 volta ao Maranhão para sustentar a família. Ali, instigado por dificuldades financeiras, abandona momentaneamente os desenhos e dá início à atividade literária, publicando Uma Lágrima de Mulher no ano seguinte. Em 1881, ano dentre a crescente efervescência abolicionista, publica o romance O Mulato, obra que deixa a sociedade escandalizada pelo modo cru com que desnuda a questão racial e inaugura o Naturalismo na literatura brasileira. Nela, o autor já demonstra ser abolicionista convicto.
História da publicação de O Mulato
Aluísio Azevedo publicou seu primeiro romance, Uma Lágrima de Mulher, em 1879. Voltara em 1878 do Rio de Janeiro ao Maranhão para liquidar algumas dívidas de seu pai, e neste meio tempo escreveu um romance bem aos moldes da escola romântica que ainda vigorava na época nos romances lidos de José de Alencar, Joaquim Manuel de Macedo e Bernardo Guimarães. É neste período que conhece a Celso Magalhães, escritor frequente do periódico O País que começa uma polêmica com o clero maranhense. Celso passa a ser tratado com certas reservas pela sociedade burguesa de São Luís do Maranhão, porém, mesmo a despeito destas idéias e polêmicas, consegue um cargo de promotor público na cidade.