Aluno
Biografia de Robert Andrews Millikan (1868 - 1953)
É tão difícil, para um ótimo aluno de grego e matemática, ensinar física, quanto, para um grande boxador, é lecionar futebol. Mas Robert Millikan não só provou ser capaz disso: fez desse magistério o início de uma carreira que o levou ao Prêmio Nobel de física. A decisão de trocar Eurípides por Einstein, a mais importante de sua vida, não nasceu de mero impulso. Fortes razões levaram-no a aceitar o cargo de professor suplente de física que lhe foi oferecido quando estudava no Oberlin College. Uma foi financeira: o salário era o maior que já recebera (trabalhara antes numa fábrica, durante as férias de verão, e, depois, como repórter). Convinha aceitar, portanto, mesmo dispondo apenas de noções rudimentares da matéria. Outra foi a exortação de seu professor de grego, afirmando que seu bom comportamento como aluno lhe permitia seguramente ter êxito também no lecionar física. Não era exagero do professor: dedicando as férias ao estudo da nova matéria, Millikan descobriu que "a física se ensinava sozinha". Tal descoberta fez com que ele se apaixonasse pela ciência.
Na autobiografia de Robert Millikan, percebe-se como foram inesquecíveis os anos serenos de sua infância em Morrison (lllinois, EUA), onde nasceu em 22 de março de 1868. O convívio com seus irmãos, seu avô camponês e seus pais de mente arejada ensinou-lhe a importante arte de arranjar-se sozinho e a amar a vida simples dos campos. Passou a juventude em Maquoketa (Iowa), onde concluiu seus primeiros estudos. Ingressou depois no Oberlin College, no qual veio a ser suplente no ensino da física. Nessa autobiografia, Millikan sublinha a importância que teve, nas principais resoluções de sua vida, desde o início acidental da carreira, a concatenação de circunstâncias fortuitas.
A física moderna é caracterizada pelos grandes progressos alcançados graças à construção de diversas teorias a partir da possibilidade de, no plano experimental,