ALTERIDADE E CONTRARIEDADE NO “SOFISTA”
Renata Lucia Lima de Sousa
Resumo: Apresentamos a noção de alteridade e contrariedade, a partir da discussão do não-ser no texto Sofista de Platão, trazendo como idéia central o conceito de imagem, fundamental para apresentar tais noções. Dizer que a imagem não é verdadeira não implica dizer que ela é incompatível com o real, contudo esta existiria em alteridade ou contrariedade ao que é real? Esta é a questão apresentada e aqui refletida.
Palavras-chave: Alteridade. Contrariedade. Imagem.
Quando falamos de imagem a primeira noção que temos é a de uma relação de imagem com um original e isso se faz em quatro dimensões visíveis: altura, largura, profundidade e cor, quando reproduzimos fielmente, mas Platão aponta um problema com a fidelidade desta imagem ao original e faz uma crítica a como essas dimensões são mostradas. Se levarmos isto ao âmbito do discurso, ele questiona quais são os critérios para se estabelecer esta proporção. É preciso ter princípios claramente estabelecidos para o discurso, princípios que correspondam a estas medidas. Ou seja, quando falamos da “imagem” do discurso, Platão questiona quais seriam então aos critérios a serem adotados, no discurso, que correspondam a “altura, largura, profundidade e cor”.
Implicitamente percebemos ai uma crítica a pretensão de simetria ao original, pois só se pode manter a simetria até o ponto em que a imagem mantém uma relação de correspondência com o original, porém a partir de determinado ponto essa fidelidade é distorcida para que a imagem permaneça semelhante ao original. Podemos então questionar o quanto a imagem esta sendo produzido para agradar ao receptor ou o quanto está sendo fiel ao original. Deixa de ser uma questão apenas de simetria e se torna também um questionamento sobre o objetivo da cópia. A questão se torna: as artes se comprometem com o original ou com o receptor? O problema é que ao se voltar para o receptor ele