Alimentação e cancer
O câncer é definido como uma enfermidade multifatorial crônica, caracterizada pela proliferação descontrolada das células. Sua prevenção tem tomado uma dimensão importante no campo da ciência, uma vez que recentemente foi apontada pelo Ministério da Saúde como a terceira causa de morte entre os homens brasileiros e a segunda entre as mulheres. Os cânceres mais prevalentes no Brasil em homens são: pulmão, estômago, cólon e reto, próstata, boca e faringe; já as mulheres são mais atingidas pelos cânceres de mama, colo de útero, cólon e reto, estômago e pulmão. As causas para o desenvolvimento do câncer são variadas e podem ser externas ou internas ao organismo, estando ambas inter-relacionadas. As causas externas relacionam-se ao meio ambiente, enquanto que as causas internas são, na maioria das vezes, geneticamente determinadas, controlando alguns processos importantes para a viabilidade do organismo e estando ligadas à sua capacidade de defender-se das agressões externas. A predisposição conferida pelas causas endógenas pode ser intensificada por agentes ambientais: estudos epidemiológicos estimam que em 70-80% dos tumores a influência das causas ambientais é fundamental. O mais notável desses fatores é a dieta, estando envolvido em até 35% dos diversos tipos de cânceres. O dano oxidativo ao DNA é, provavelmente, uma causa importante de mutações e pode ser potencialmente aumentado por alguns fatores dietéticos, como a presença de gorduras poliinsaturadas, ou reduzido por antioxidantes, como o selênio e o cobre. A ingestão inadequada de fatores dietéticos necessários para síntese de DNA, como o ácido fólico, poderia também influenciar o risco de mutações, pois sua deficiência induz a metilacão do DNA. Fatores dietéticos podem exercer ação sobre os níveis de hormônios endógenos, incluindo os estrógenos e vários fatores de crescimento, os quais podem influenciar o ciclo celular e, conseqüentemente, ter uma ação potencial na