Alimentaçao alternativa
A Dra. Clara Brandão, pediatra e nutróloga, assistente da Pastoral da Criança para orientação alimentar, é atualmente assessora do Ministério da Saúde.
Com o Dr. Rubens Brandão, desenvolveu alternativas alimentares para que pessoas de qualquer nível social tenham acesso a uma alimentação adequada.
Em 1993, a Dra. Clara apresentou o trabalho das alternativas alimentares no 23º Congresso Brasileiro de Pediatria,na Bahia, que foi premiado como o melhor.
Ela conta:
A alimentação alternativa, criada para combater a desnutrição, inclui alimentos de alto valor nutritivo, de custo muito baixo, de paladar adaptado à região e preparo rápido. O carro chefe desta alimentação é o principio da multimistura - da variedade - que aproveita diversos alimentos que geralmente são desprezados. São os farelos (de arroz e de trigo), as folhas verde-escuras (de batata-doce, mandioca, taioba, beldroega, etc.), a casca de ovo e as sementes (de abóbora, melancia, gergelim, jaca, caju, melão, etc.).
Esse método pode ser introduzido em qualquer lar e para qualquer idade, porque não gasta muito e não muda o hábito da família, apenas enriquece os pratos que a família está acostumada a usar em casa. O combate à arteriosclerose, apendicite, diabete, prisão-de-ventre, hemorróidas, varizes e câncer de intestino são benefícios adicionais da alimentação enriquecida.
Nessa cozinha, nada se perde, tudo é aproveitado. Casca, talos, folhas e sementes. Normalmente, o caminho destas sobras é o lixo. Pouca gente sabe que, assim, são desperdiçadas toneladas de vitaminas da melhor qualidade. Folhas de cenoura e de couve-flor, talos da couve, do espinafre, do brócolis e até a casca da banana refogada são armas muito importantes contra a desnutrição.
Trocamos, na medida do possível, a farinha de mandioca pelo fubá, porque 1 kg de fubá substitui, no mínimo, 4 kg de farinha de mandioca, tal o seu valor nutritivo. Além disso, o milho tem o ciclo muito mais rápido do