Alienação parental
Pais que usam filhos pra se vingar de um relacionamento mal-sucedido podem ser punidos; existem serviços de graça para ajudar as famílias que sofrem com esse mau
Quando acaba o casamento, o maior sofrimento para o homem ou a mulher é deixar de morar na mesma casa que os filhos. A convivência entre o adulto e as crianças pode se tornar difícil por causa da distância, dos horários desencontrados. Nessa situação, acompanhar o desenvolvimento dos filhos exige esforço.
Mas há muitos casos em que o adulto que ficou com as crianças dificulta as visitas ou inventa mentiras o ex-companheiro. Isso se chama alienação parental. Este ano, uma nova lei prevê punição para quem faz esse tipo de maldade - razão de muita tristeza para pais e filhos.
O sonho de um aposentado, que não pode ser identificado, é ter um encontro verdadeiro com dois filhos, um encontro de coração. Eles vivem no Rio de Janeiro, onde mora a ex-mulher. Ele fala que, com ela, os dois aprenderam a mágoa. Ainda crianças, ouviram mentiras que terminaram por criar uma distância enorme. “Eu sentia que eles queriam passear comigo, mas se eles chegassem felizes em casa, isso era motivo para a mãe castigá-los”, disse.
Muita gente já passou por esta mesma situação. Em 1985, o psiquiatra americano Richard Gardner definiu isso como doença, chamada de síndrome da alienação parental. O nome é complicado, mas simples de entender: é quando o filho sofre uma interferência na formação psicológica, uma espécie de lavagem cerebral, para que ele fique contra o pai ou a mãe.
Uma dor que não diminui com o tempo. Recentemente, a filha, de 31 anos, começou a se aproximar. “A minha filha está fazendo terapia, pois ela desconfiou que da visão passada pela mãe de que eu era um monstro. Ela está convencida agora de que eu não sou aquele bicho”, contou.
Já o filho, de 28 anos, continua distante. Ele diz que já fez de tudo, mas o rapaz,