Alfabetização
Introdução Tratar das origens da cognição humana sempre foi um empreendimento bastante arriscado e desafiador. Seja na história do pensamento ocidental ou não, as escolas que predominaram em determinados períodos de tempo sempre se preocuparam, direta ou indiretamente, com questões relacionadas às origens do “saber” humano. Diretamente associada a este saber, a linguagem nunca deixou de incomodar pensadores e teóricos que se envolveram com questões relacionadas às bases do conhecimento humano. Assim, nas diversas escolas de pensamento, a linguagem ocupou, de alguma forma, um lugar importante e sempre conflituoso. Neste artigo, vamos mostrar como diferentes perspectivas abordaram o problema da linguagem, suas origens e seus possíveis processos de realização. 1. A gênese Embora a questão da linguagem atrelada ao pensamento/cognição nos remeta aos questionamentos de filósofos gregos como Platão e Aristóteles, por um longo período na história da lingüística esta preocupação com as bases cognitivas da linguagem foi deixada de lado por escolas que enfatizaram a descrição das línguas e suas particularidades. Como um marco inicial da história da lingüística enquanto uma ciência autônoma, é publicado, em 1916, o Curso de Lingüística Geral de Ferdinand Saussure. Nesta obra póstuma, Saussure propõe uma dicotomia que se tornaria essencial para o desenvolvimento da ciência da linguagem: a oposição entre Langue e Parole. “Embora Langue signifique “língua” em geral, como termo técnico saussuriano fica mais bem traduzido por “sistema lingüístico”, e